“Enquanto a Igreja Católica permanece de muito conservadores, as igrejas evangélicas têm tido uma capacidade de performance maior. Vivemos numa sociedade performática, visual e ideológica. Essas formas atraem muito mais público”, explica sociólogo 36637
O número de evangélicos cresceu e o de católicos encolheu em Goiás, conforme mostra o Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira, 6. Esse crescimento é histórico e constante, segundo especialistas. 5d1u6b
Apesar de estarem aglomerados na mesma categoria, não existe uma hegemonia teórica quanto aos evangélicos, que se dividem em diferentes vertentes – batistas, presbiterianos, pentecostais, e muitos outros -, explica o professor e sociólogo João Coelho, em entrevista ao Jornal Opção. Ele afirma ainda que essas igrejas, mesmo diferentes, construíram uma narrativa de prosperidade que consegue impactar culturalmente, socialmente e politicamente.
Segundo ele, há mais de 200 anos, com a ascensão do protestantismo, houve uma mudança na forma de gerar economia e poder na Europa. “Havia uma comparação entre essas duas culturas: a que produzia mais economicamente e a que produzia menos. O grupo dos protestantes produzia mais economicamente do que os católicos, porque tinha a liberdade de acumular bens e riqueza, o que a Igreja Católica condenava e considerava pecado”, explica.
“De lá pra cá, enquanto a Igreja Católica permanece com ritos muito conservadores, as igrejas evangélicas têm tido uma capacidade de performance maior. Vivemos numa sociedade performática, visual e ideológica. Essas formas atraem muito mais público. E, nesse caso, as igrejas evangélicas neopentecostais têm conseguido construir um espetáculo para produzir uma narrativa”, afirmou o professor.
João pontua que a igreja evangélica historicamente se reinventa, sem perder o conservadorismo. Exemplo prático do que o professor explicou é o poder político das igrejas evangélicas no país, que conseguem alavancar candidatos e transformar os fiéis em eleitorado – como percebemos políticos sendo apresentados em cultos. Vertentes novas e joviais também são bons exemplos, com boates e festas fantasiadas de cultos.
“Mesmo essas igrejas que estão conseguindo desenvolver baladas evangélicas, também têm influenciado uma mudança na percepção política dos seus fiéis. Ou seja, mesmo as igrejas publicamente não instituem uma defesa de um político específico, no cerne da ideologia produzida, acabam levando a um determinado pensamento conservador. E essa é a alteração que a sociedade tem vivido, […] mesmo com essas chamadas inovação, isso não tiram delas o conservadorismo”, explicou.
Sétima capital do país
Goiânia é a sétima capital com maior proporção de evangélicos no Brasil. Apesar da religião Católica Apostólica Romana ainda ser a que tem mais seguidores, é também a que mais encolheu — caiu de 59,4% em 2010 para 51,9% em 2022 – enquanto os evangélicos cresceram de 19,5% a 32,6% nos mesmos 22 anos.
“A igreja católica escolheu não fazer alteração, mas não podemos também diminuir o poder dela. É a instituição constituída mais longa, longeva do Ocidente. Hoje, o papel dos grupos evangélicos estão mais conservadores que a igreja católica.”, disse.
Além disso, é preciso levar em conta um crescimento geral de diversidade religiosa. Segundo a pesquisadora de Antropologia Social, Camilla Nascimento, os evangélicos ainda estão em crescimento, mas de forma desacelerada no Brasil.
“Há um crescimento de outras religiões, assim como daqueles que se apresentam como ateus ou sem religião, e isso mostra uma maior diversidade religiosa no país. Revelando que muitos que antes se afirmavam católicos, muitas vezes por tradição familiar, agora sentem que tem liberdade para fazer outras afirmações”, detalhou, em entrevista.
João pontua que a igreja evangélica historicamente se reinventa, sem perder o conservadorismo. Exemplo prático do que o professor explicou é o poder político das igrejas evangélicas no país, que conseguem alavancar candidatos e transformar os fiéis em eleitorado – como percebemos políticos sendo apresentados em cultos. Vertentes novas e joviais também são bons exemplos, com boates e festas fantasiadas de cultos.
“Mesmo essas igrejas que estão conseguindo desenvolver baladas evangélicas, também têm influenciado uma mudança na percepção política dos seus fiéis. Ou seja, mesmo as igrejas publicamente não instituem uma defesa de um político específico, no cerne da ideologia produzida, acabam levando a um determinado pensamento conservador. E essa é a alteração que a sociedade tem vivido, […] mesmo com essas chamadas inovação, isso não tiram delas o conservadorismo”, explicou.
Sétima capital do país
Goiânia é a sétima capital com maior proporção de evangélicos no Brasil. Apesar da religião Católica Apostólica Romana ainda ser a que tem mais seguidores, é também a que mais encolheu — caiu de 59,4% em 2010 para 51,9% em 2022 – enquanto os evangélicos cresceram de 19,5% a 32,6% nos mesmos 22 anos.
“A igreja católica escolheu não fazer alteração, mas não podemos também diminuir o poder dela. É a instituição constituída mais longa, longeva do Ocidente. Hoje, o papel dos grupos evangélicos estão mais conservadores que a igreja católica.”, disse.
Além disso, é preciso levar em conta um crescimento geral de diversidade religiosa. Segundo a pesquisadora de Antropologia Social, Camilla Nascimento, os evangélicos ainda estão em crescimento, mas de forma desacelerada no Brasil.
“Há um crescimento de outras religiões, assim como daqueles que se apresentam como ateus ou sem religião, e isso mostra uma maior diversidade religiosa no país. Revelando que muitos que antes se afirmavam católicos, muitas vezes por tradição familiar, agora sentem que tem liberdade para fazer outras afirmações”, detalhou, em entrevista.